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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Resenha nº 19 - Vencendo o desafio de escrever um romance, de Ryoki Inoue

Rompendo o critério adotado, de não resenhar manuais ou livros técnicos que vou lendo, eis aqui algumas anotações sobre Vencendo o desafio de escrever um romance, do escritor best-seller brasileiro, Ryoki Inoue. Nome completo, José Carlos Ryoki de Alpoin Inoue. O homem é simplesmente o maior escritor de livros do mundo (este manual é sua 1.074ª obra). Publicou mais de 1.000 títulos entre novelas e romances e por essa façanha, está no Guiness Book.

Vencendo o desafio de escrever um romance é, portanto, manual de quem sabe o que recomenda. Traz orientações extremamente práticas para aqueles escritores em potencial. Tanta gente tem vontade de publicar algo e desanima diante da tarefa tão complexa de fazer chegar ao público os produtos de sua lavra.

Inoue aborda questões facilitadoras ao se elaborar o texto em si, lidando com núcleo dramático principal (plots) e os sub-núcleos dramáticos, se podemos dizer assim (underplots). Ensina a elaborar o texto por ordem gradativa de complexidade, aproximando-se pouco a pouco do texto acabado.

Fundamental para ele é ter um projeto completo da história. E esse projeto vai se desdobrando, vai se enriquecendo com storyline,  sinopse, determinação do argumento e do público-alvo, temporalidade,  ambientação,  configuração dos personagens.

Percebe-se claramente, o livro é orientação de alguém perfeccionista, desejoso de dominar com precisão cada etapa do processo criativo. Conta-se que, certa vez, Ryoki Inoue foi desafiado a produzir um novo romance em apenas seis horas. Montou-se vigiliância cerrada sobre todo o processo criativo, para se evitar qualquer possibilidade de fraude. Nosso escritor venceu a prova: novo romance em apenas 6 horas de trabalho!

Ele assume que o processo de trabalho recomendado funciona para aqueles escritores de best-sellers. “Se você é um gênio, não deveria estar lendo esse livro”, afirma Ryoki a certa altura do seu manual prático.

Finalmente, por que quebrei a orientação deste blog e resolvi comentar o manual ? Muito simples. Nunca escrevi um romance, mas tenho algo em torno de 170 crônicas e vários contos no meu computador. José Carlos Alpoim tem me auxiliado muito com o seu livro de aconselhamento. Encurtei meus caminhos, aglutinei experiência e melhorei meus textos, mesmo sendo de contos e crônicas.

Ademais, há muito deixei a ideia de best-sellers serem livros sem qualidades, que vendem horrores, direcionados ao grande público.

Quem escreve deverá, certamente, fazer escolhas de como vai produzir seu texto. Se ele será mais direcionado para o público acadêmico ou se para o grande público. E aí entra em cena a velha discussão, nem sempre de proveito, sobre os “contadores de história” e os “artesãos das palavras”. No grupo dos primeiros, estaria, por exemplo, José de Alencar, Érico Verissimo, Jorge Amado; do outro lado, Machado de Assis, João Guimarães Rosa, James Joyce.

Mas, como dizia o Rosa, do alto da sua autoridade de autor de um dos clássicos da Literatura Brasileira, o Grande Sertão: Veredas, “pão, pães, questão de opiniães”.

Ryoki Inoue. Vencendo o desafio de escrever um romance. Summus Editorial,São Paulo: SP, 2007. 174 páginas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Resenha nº 18 - Um copo de cólera, de Raduan Nassar

Raduan Nassar nos dá um magnífico texto nesse Um copo de cólera. O livro foi escrito em 1970 e publicado em 1978, ainda sobre a terrível pressão da ditatura militar, ocorrida no Brasil, de 1964 a 1985. Entretanto, a obra não é uma militância contra os Anos de Chumbo. É antes o olhar crítico às relações humanas desestruturadas, agoniadas.

O personagem principal não tem nome, assim como a mulher com quem vive uma relação amorosa. O erotismo permeia o texto de 64 páginas, dividido em pequenos capítulos. O casal se acaricia, faz amor, troca ideias. Dela, o que sabemos é que é jornalista; a ação se desenrola numa fazenda ou sítio, em que dois caseiros, dona Mariana e seu Tonho, cuidam das coisas.

A paixão dos dois é um tanto conflituosa:

“…assim que ela deixou o quarto e foi por instantes até o banheiro, tirei rápido a calça e a camisa, e me atirando na cama fiquei aguardando por ela já teso e pronto, fruindo em silêncio o algodão do lençol que me cobria, e logo eu fechava os olhos pensando nas artimanhas que empregaria (das tantas que eu sabia), e com isso fui repassando sozinho na cabeça as coisas todas que fazíamos, de como ela vibrava com os trejeitos iniciais da minha boca e o brilho que eu forjava nos meus olhos, onde eu fazia aflorar o que existia em mim de mais torpe e sórdido, sabendo que ela arrebatada pelo meu avesso haveria de gritar “é esse canalha que eu amo,”… (página 10)

Um fato corriqueiro é o bastante para o homem derramar toda a sua raiva:

“… deixei as duas para trás e desabalei feito louco, e assim que cheguei perto não aguentei “malditas saúvas filhas da puta” e pondo mais força tornei a gritar “filhas da puta, filhas da puta”, vendo uns bons palmos de cerca drasticamente rapelados, vendo uns bons palmos de chão forrados de pequenas folhas”… (página 26)

Na verdade, a raiva foi menos pela devastação das saúvas na cerca viva do que por “essas formigas tão ordeiras, puto com sua exemplar eficiência, puto com essa organização de merda que deixava as pragas de lado e consumia o ligustro  da cerca viva”… O fel interior, detonado pela aparente ocorrência de menor valor, faz com o homem admoeste os empregados, desproporcionalmente, e quando sua parceira tenta intervir, seu ódio se volta contra ela e os dois discutem acidamente.

A linguagem do livro oscila entre o chulo e confessional, apontando para os extremos ideológicos do casal. Afloram, então, as pressões criadas pela condição política vivida no Brasil. Não se podia expressar livremente naqueles tempos. Também as polarizações entre os apoiadores do regime ditatorial e os contra ele eram muito comuns.

O homem apresenta-se, no fundo, como um ser confuso e dependente:

“…fiquei aguardando até que ela me jogou uma ampla toalha sobre a cabeça, cuidando logo de me enxugar os cabelos, em movimentos tão ágeis e precisos que me agitavam a memória,”… (página 18)

“…não era a primeira vez que ele fingia esse sono de menino, e nem seria a primeira vez que me prestaria a seus caprichos, pois fui tomada de repente por uma virulenta vertigem de ternura, tão súbita e insuspeitada, que eu mal continha o ímpeto de me abrir inteira e prematura pra receber de volta aquele enorme feto.” (página 64)

Além dessa novela, Um copo de cólera, Raduan Nassar ainda publicou Lavoura arcaica, livro esse que o fez ser reconhecido como um dos excelentes autores da literatura brasileira.

Um copo de cólera não é leitura fácil. O texto, apesar de pequeno, é extremamente denso. O enredo é muito simples, como se pode ver por essa resenha, mas a capacidade de síntese do autor não facilita as coisas para um leitor neófito. Não há propriamente, parágrafos; cada capítulo é um único, imenso parágrafo, em que o pensamento do personagem, suas impressões têm um ritmo alucinante. Não chega a ser um fluxo de consciência, um pensamento errático. Há certas frases que se servem de uma distribuição rítmica e rímica, características dos poemas.

Se você gosta de narrativas de fundo psicológico, não hesite. Um copo de cólera é um texto riquíssimo, e por todas as suas características, algumas das quais abordadas aqui, constitui-se em literatura de primeira.

Raduan Nassar. Um copo de cólera. Folha de São Paulo, coleção Literatura Ibero-americana, volume 11, 2012.

domingo, 12 de agosto de 2012

Resenha nº 17 - O Retorno, de Victoria Hislop

O Retorno, de Victoria Hislop, é o segundo romance publicado da autora. O primeiro foi A Ilha. A autora graduou-se em Letras no St. Hilda’s College, na Universidade de Oxford. Produz textos sobre turismo e viagens para o Sunday Telegraph, o Mail on Sunday e para a revista Woman & Home. Ela mora em Kent, na Inglaterra, com o marido e os dois filhos.

Uma coisa que sobressaiu, na leitura do livro, é a capacidade de descrição de Victoria. O leitor quase enxerga as cenas construídas pelas palavras:

“Segundos antes, as mulheres tinham ocupado seus lugares, as últimas pessoas da plateia a entrarem antes que o gitano carrancudo passasse os ferrolhos na porta com um gesto decidido.

Arrastando atrás de si as saias volumosas, cinco moças de cabelos negros como azeviche entraram em cena. Os vestidos justos enroscavam-se no corpo delas em tons vermelho e alaranjado flamejantes, verde ácido e amarelo-ocre. Essas cores vívidas, um coquetel de perfumes fortes, a rapidez da chegada das mulheres e seu andar arrogante eram de uma dramaticidade impactante, estudada. Atrás delas vinham três homens, vestidos em tom escuro como se fossem para um enterro, todos de negro, do cabelo untado com óleo até sapatos de couro feitos à mão.” (página13, capítulo 1)

O Retorno nos conta, com competência, sobre a visita de duas amigas, Maggie e Sonia, à Espanha. É aniversário de Maggie e as duas vão à cidade de Granada para aprender a dançar. Lá, Sonia descobre o prazer da dança e aprende um pouco de flamenco. É uma dança sensual, ao mesmo tempo contida e explosiva, em que a bailarina, ou bailaora, tem de pôr alma e atitude, isto é, uma dança que, para ser verdadeira, deve ter um duende.

Ao sair sozinha, entretanto, certo dia, encontra um café, o El Barril, onde fica conhecendo Miguel, o dono do estabelecimento. Uma imediata amizade se estabelece entre o velho Miguel e Sonia. Ela recebe dele a informação de o café ter pertencido à família Ramirez. Os dias se passam, entre as aulas na escola de dança, as execuções do que aprende numa boate, com Maggie, e as visitas, sozinha, ao café.

Cartazes espalhados pelas paredes do estabelecimento contam um pouco do passado daquela família e as constantes referências de Miguel à Guerra Espanhola do General Franco atiçam sua curiosidade. Mas, a estada das duas em Granada se encerra e as duas amigas têm de voltar para sua vida. Maggie é solteira e Sonia vive um casamento em crise com James. As diferenças entre o casal se tornam cada vez mais fortes; James não gosta da “mania” de Sonia de dançar.

Algum tempo depois, Maggie vende tudo o que tem e se muda de vez para Granada, pois está envolvida com Paco, “um homem maravilhoso”. Sonia volta à Granada e hospeda-se na casa da amiga, já envolvida com outro “homem maravilhoso”. Entretanto, o que impele Sonia em sua segunda estada na cidade é a história da família Ramirez.

Aos poucos, os Ramirez vão revivendo nas narrativas do velho Miguel: Señor Pablo, señora Conchita, os filhos do casal, Mercedes, Antonio, Ignácio e Emílio. E ressurgem também os horrores da guerra que divide a Espanha entre nacionalistas e republicanos; tornam à vida o poeta García Lorca e o generalíssimo Franco.

Mercedes se torna bailarina de flamenco e se apaixona pelo violonista (ou tocaor) Javier Montero. O amor entre os dois é sincero e profundo, não obstante Mercedes ser uma menina de apenas 16 anos. E tais sentimentos acontecem em meio à guerra. Javier está em Málaga e ela resolve viajar para encontrá-lo. E a viagem é terrível, pois a realidade cruenta dos ataques e bombordeios está em toda parte:

“Embora muitos continuassem a caminhar à noite, a exaustão e a fome forçavam alguns a pararem por uma hora e pouco, e havia sempre pequenas aglomerações à margem da estrada. Famílias amontoadas, um cobertor puxado em cima de todos para aquecer e proteger, usando o colchão que tinha arrastado de casa para criar uma pequena barraca particular, uma miniatura do lar.(…)

A vanguarda dessa procissão compunha-se sobretudo de mulheres, crianças e mais velhos, e era com eles que Mercedes andava. Tinham sido os primeiros a deixar Málaga, desperados para fugir dos captores da cidade. Mais para o fim da marcha vinham andando penosamente os homens viventes e os milicianos derrotados, esgotados, que tinham permanecido na cidade para uma exibição final de resistência. Ainda que caminhassem dias e noites, a viagem a Almería poderia levar até cinco dias. Para os velhos, doentes e feridos, poderia se prolongar ainda mais.” (página 238, capítulo 22)

As cidades, os homens, as mulheres e crianças são inexoravelmente metralhados e bombardeados pelos nacionalistas de Franco. Matam sem piedade. Em meio a uma guerra assim, homens são reduzidos à condição de animais desesperados, para quem só importa salvar suas pobres vidas. Mas, também, surgem gestos tocantes de solidariedade. A família Ramirez não escapa ilesa desses horrores, há mortos e presos. Os republicanos respondem à luta igualmente com assassinatos, emboscadas e, de repente, não se sabe qual facção é mais feroz e brutal.

Pessoas são encaminhadas para países próximos, que os recebem a contragosto, aumentando a humilhação e as necessidades por que já passavam os refugiados.

É surpreendente como Victoria Hislop consegue, em apenas duas obras, tornar-se a escritora que é. O Retorno é uma história de amor intenso, colocada num cenário de guerra, falando-nos das dificuldades extremas por que passaram todos, sem em nenhum momento se tornar piegas ou exagerada em suas cores. Quem escreve sabe como é difícil atingir-se a excelência narrativa com tão poucas obras.

Duas revelações agitam o enredo, quase ao seu final. Um leitor atento perceberá as poucas pistas deixadas de propósito no desenrolar do romance; todavia, somente quando se atingem os últimos capítulos é que o quebra-cabeça, montado com talento pela autora, aparece com clareza.

Victoria Hislop. O Retorno. Editora Intrínseca, Rio de Janeiro: RJ, 2010,403 páginas.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A experiência pelos livros

Pelo mundo todo, livros vendem, chegando às mãos das mais diversas pessoas. Afinal, por que lemos? O que nos motiva a passar horas à frente de páginas manchadas por textos, mesmo nessa sociedade de tons tão fortemente visuais, em que vivemos?

A revista Metáfora número 9 nos traz um artigo intitulado Como a leitura muda a vida. Nele, leitores famosos nos dão seus motivos de tal encantamento. Citam, às vezes, o livro que consideram tenha mudado sua vida, causado a mais viva impressão, a ponto de não mais conseguirem esquecê-lo.

Rogério Pereira, editor de jornal e diretor da Biblioteca Pública do Paraná, cita a leitura como proteção e afirma todos os livros lidos como importantes em sua vida: “os livros têm a capacidade de me fazer um tipo de companhia que jamais encontrei. E isso não tem nada a ver com alienação. Os livros são um espaço em que existo, duvido e me perco.” Para Neide Duarte, repórter da TV Globo, os livros a fazem compreender a largueza do mundo e ela nomeia Poesias Completas, de Fernando Pessoa e o Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, comos os mais importantes.

Para Jonathan Frazen, uma das referências da FLIP, de Paraty, “todo livro é uma conexão” e  nos revela em depoimento a 1000 Books to change your life (1000 livros para mudar sua vida), ter sido O Processo, de Franz Kafka e Uma questão pessoal, de Kenzaburo Oe seus livros-referência. Eliane Catanhêde, colunista da Folha de São Paulo, nos dá seu preferido O Estrangeiro, de Camus, asseverando ter decidido ser jornalista pelas palavras de O jovem Swann, de Marcel Proust, que dizia conhecer o mundo pela pena dos autores e pela descrição de personagens.

“A leitura nos permite viver outras vidas, ou a vida como poderia ter sido e não foi. Um livro nos ajuda a construir identidade e, com ela uma vez consolidada, a buscar horizontes mais ousados”, no parecer de Valesca de Assis, escritora e coordenadora de oficinas de desbloqueio literário. São indicados por ela o Clarissa, de Érico Verissimo, A Náusea, de Sartre e O Estrangeiro, de Camus. Já Luciana Villas Boas, agente literária, é de parecer que “… a leitura nos revela o mistério da linguagem e, de forma prática, quase autoajuda mesmo, ensina a nos expressar de maneira precisa, elegante e original. Não “recorro” à ficção. Ela faz parte de minha vida. Gosto, dependo, de transporte a outros universos. Não cita um livro em especial.

A leitura como forma de superação das angústias é abordada por Miguel Sanches Neto, autor de livro e colunista da própria revista Metáfora. Afirma que, ao estar depressivo, tem de ler poetas, principalmente Fernando Pessoa. O escritor, roteirista e tradutor Geraldo Carneiro, nos diz, mais incisivamente, que a realidade é alucinação provocada por falta de poesia, e afirma: “quando termino de ler um livro de qualidade literária ou ensaística, eu me sinto como se tivesse tomado uma overdose de vitamina. O Castelo, de Franz Kafka é mencionando por ele.

Em consonância com o objetivo primordial desse blog (resenhar para os leitores os livros que leio), também desejo deixar meu depoimento. O prazer da leitura fundamenta-se, para mim, em um pouco do que cada um desses leitores famosos disseram; entretanto, adoro a ideia de que cada livro lido contribui para fazer uma mudança interna, contínua e silenciosa. Sempre fica algo do que leio, seja uma impressão estética, vibrante, ou uma ideia em que não havia pensado antes, uma situação interessante pela qual determinado personagem tenha passado. Em síntese, os livros lidos me dão a experiência do compartilhamento de vivências e conhecimentos. Livros-referência? Certamente os tenho; minha infância deve muito a Monteiro Lobato, com o seu Reinações de Narizinho, Caçadas de Pedrinho, Serões de Dona Benta, Os doze trabalhos de Hércules, etc. Tão importantes naquela etapa da minha vida, os contos de fada também têm meu reconhecimento. Na juventude, rendi tributos a Dostoiévski, com Humilhados e Ofendidos, vivi os sonhos de Noites Brancas e me maravilhei com Crime e Castigo. Além disso, um livro impactante foi Procurando Godot, de Samuel Beckett, um verdadeiro soco na boca do estômago. Entre os nacionais, não poderia me esquecer de Laços de Família, de Clarice Lispector, o já mencionado Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa e Dom Casmurro, de Machado de Assis.

Livros são assim. Mais do que acalentar sonhos, nos ajudam a construir sonhos, viagens e realidades. Afinal, para nós, leitores por prazer, somos um pouco como o menino lembrado por Carlos Drummond de Andrade, lendo debaixo de uma árvore, a “história de Robinson Crusoé, comprida história que não termina mais”.

Artigo A Vida Transformada, de Terciane Alves e Luiz costa Pereira Jr, in Metáfora nº 9, junho/2012, páginas 44-49